Festival Calango 2008

terça-feira, 29 de abril de 2008

Produtores do Hip Hop Fora do Eixo debatem rede.







Estruturação de núcleo de comunicação, formação de publico e mercado, são questões discutidas por produtores do hip hop alternativo.


O hip hop fora do eixo, é uma rede de trabalhos que começou a se estruturar a bem pouco tempo. Produtores da região centro oeste estão discutindo estratégias políticas de ação para formação de publico e mercado as quais consideram discussões ainda embrionárias com relação à cena independente brasileira. Outra questão levantada por produtores de Mato Grosso é a estruturação de um núcleo de comunicação, para escoar as produções de diversos segmentos do hip hop.

A meta para curto prazo é cadastrar os produtores a fim de facilitar as articulações para ações coletivas e de visibilidade como festivais e seminários de formação musical e profissional.

A equipe de reportagem do hip hop fora do eixo conversou com alguns desses produtores que estão espalhados pelo Brasil, e a necessidade de um núcleo de comunicação, é opinião unânime.

Em Mato Grosso do Sul, mais especificamente em Dourados, Higor Marcelo, que é gestor cultural atuante no hip hop há 10 anos, vocalista do Grupo de rap Fase Terminal e coordenador da CUFA no município, ressalta que muitas barreiras ainda precisam ser quebradas para a estruturação política e musical do hip hop independente, entre elas, está a necessidade de amadurecimento dos membros do setor, tanto em musicalidade, quanto em profissionalismo.

Para Higor, o hip hop fora do eixo, é um caminho para esse amadurecimento, considerando-se a influencia que a comunicação tem nesse processo. Completa dizendo que a comunicação, a estruturação desta melhor dizendo, deve em curto prazo, tentar aglutinar o maior numero de pessoas possíveis.

“È por meio da comunicação, utilizando-a de todas as formas possíveis, que podemos vascularizar nossas ações no sentido de propagar a cultura hip hop, agregando profissionalismo nas produções midiaticas” ressalta Higor Marcelo de Dourados (MS).

Outro produtor atuante no setor cultural é o Rapper Dyskreto, de Aparecida de Goiânia (GO), que lançou um blog recentemente, para disseminar as idéias e ações do hip hop em Goiás. Dyskreto considera que é uma grande ilusão achar que os rappers vão fazer um show, e 20 mil pessoas vão comparecer.

Para Dyskreto, o hip hop precisa de consistência e organização, mas também precisa “aparecer” mais, para que isso possa ser um ponto de referencia para quem quer trabalhar na lógica do artista igual pedreiro. Não basta estar satisfeito, mas invisível, é preciso ter desejo de ascensão.

Quanto à comunicação, Dyskreto afirma que ela é a espinha dorsal na estruturação do processo, afinal o hip hop tem que ser divulgado entre outras formas, de dentro pra fora, no sentido de dar credibilidade nas coisas que são divulgadas. A missão é desbravar um território que ainda é pouco desbravado.

Pouco, ou quase nada se ouve falar de hip hop alternativo, menos ainda de artistas renomados da cena independente. Assim, o hip hop fora do eixo vem preenchendo essas lacunas e formando uma nova lógica de trabalho, na qual a qualificação profissional torna-se uma necessidade, ou talvez, estratégia de sobrevivência.

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